sexta-feira, 22 de agosto de 2008

PERMACULTURA

Tecnologia adequada para construção de casas de baixo custo.
Arquitetura ecológica reduz custos e aumenta qualidade de vida.

"Permacultura é o planejamento e a manutenção conscientes de ecossistemas agriculturalmente produtivos, que tenham a diversidade, estabilidade e resistência dos ecossistemas naturais. É a integração harmoniosa das pessoas e a paisagem, provendo alimento, energia, abrigo e outras necessidades, materiais ou não, de forma sustentável.”

Casas, escritórios e edifícios em geral são também agentes da nossa saúde. Todas as formas de vida têm expressão. Uma casa saudável, com harmonia nos espaços, carrega fontes de regeneração, saúde e qualidade de vida. A casa saudável é uma responsabilidade social. Com amigos ecologicamente corretos trabalhando na conservação e restauração da Terra, o Planeta consegue se tornar sustentável. Através da cooperação entre os homens e a natureza podemos resolver os grandes e perigosos problemas que hoje assolam o planeta.
Hoje existem pessoas comuns, profissionais agrônomos, engenheiros, arquitetos, geógrafos, biólogos que, sem a ajuda de órgãos e autoridades públicas, implantam projetos permaculturais e consolidam de vez o movimento, que só no Brasil conta com milhares de profissionais envolvidos, em oito institutos funcionando como centro de pesquisa em permacultura. Em menos de três anos, chegou a mais de 80 municípios de nove estados brasileiros, beneficiando diretamente duas mil pessoas com a garantia da segurança alimentar e a geração de produtos para a comercialização. Entre as famílias beneficiadas, a renda média é de R$400,00 ao mês, sendo que há exemplos de agricultores atingindo renda mensal de R$1.700,00.
O movimento em sua maioria conta com pessoas que mudaram seus pensamentos, valores, tecnologias e atitudes. Eles trabalham com talento e habilidades para mudar alguns hábitos e filosofias com ações em benefício da comunidade e pessoal. Pode-se trabalhar individualmente, mudando casas, condomínio ou ambiente de trabalho e em grupos, fundando institutos de permacultura em todo Brasil.
A permacultura ousa acreditar na possibilidade da abundância para humanidade, através do uso intensivo de todos os espaços, através da reciclagem de todos os produtos que consumimos, diminuindo a poluição.
Tudo que necessitamos para uma vida boa está nos esperando. Sol, vento, pedras, rios, pássaros, pessoas e plantas nos cercam. A cooperação com a natureza traz harmonia, a oposição à ela gera o caos.
A necessidade moderna de mais edificações, comércios e indústrias, além do espaço para habitação, têm empurrado a produção de alimento para fora da cidade, que são incapazes de se sustentarem consumindo além daquilo que podem produzir. Produzir o alimento de forma sustentável, não significa que precisamos plantar nossas batatas, mas podemos comprar de uma pessoa que esteja plantando responsavelmente, ou em uma cooperativa local. A nossa alimentação moderna exige transporte, armazenamento e publicidade e gasta muito mais energia do que uma agricultura.
A permacultura reprojeta e ajusta edificações para economizar e gerar sua própria energia. Com técnicas eficientes de placas solares, energia eólica, isolamento térmico e energia cooperativa, é possível reurbanizar.
Através da combinação de várias técnicas ecologicamente corretas se obtém a harmonia da casa. Utilizando terra crua para tijolos, areia para filtros dágua e fornos, telhado verde, madeira reciclada e bambu para acabamentos de tetos e paredes e construções de móveis, sisal, que se transforma em uma corda muito resistente e que dá um acabamento durável e muito bonito na estrutura da casa. Captação de água da chuva, energia solar e reaproveitamento da água de pias também fazem parte de uma construção sustentável.
Maria de Paula, arquiteta, 32 anos, sempre teve o sonho de construir. Diz que ao se construir uma casa, está se construindo um lar e o mais importante é que a família desfrute seus espaços e que tenha uma visão incomum. A casa deve ser construída de acordo com o gosto de cada um e não somente para ser admirada.
Durante o curso de arquitetura, Maria sempre teve vontade de trabalhar com materiais ecológicos. No TFG, Trabalho Final de Graduação, ela teve que buscar todo material fora da faculdade, conhecendo cursos oferecidos pelos institutos de permacultura espalhados pelo Brasil. “A arquitetura ecológica vem da permacultura e foi aí que aprendi tudo”. O bambu foi sua primeira fascinação, então resolveu aprender técnicas para construção com este material. Nos cursos, são utilizados materiais 100% ecológicos e sustentáveis, diferenciados por técnicas de Bio-Arquitetura e Arquitetura sustentável.
A Bio-Arquitetura trabalha com materiais retirados da natureza. Terra, madeira, bambu, Sol, Vento, Mar, etc. O princípio da Bio-construção é trabalhar junto e a favor da natureza, com o mínimo de intervenção. Já a arquitetura sustentável trabalha com materiais industrializados que não agridem o meio ambiente. Existem materiais pré consumo, que são resíduos que sobram na fábrica antes de chegar às mãos do consumidor e o pós consumo, que é o lixo reciclado, coletado por trabalhadores ou cooperativas que reciclam, reutilizam e reduzem o material que, provavelmente, iria parar os lixões.
Para construção de baixo custo, Maria diz que captação de energia solar com placas fotovoltaicas, a maioria usadas para aquecimento de água em casas de alto padrão, é muito caro. Hoje existem outras técnicas criativas, oferecidas em cursos de permacultura, para construção de baixo custo.
Placas de compensado de tetra-pack, telha de pasta de dente ou de barro são isolamento térmico e acústico. E as cooperativas comercializam estes materiais extremamente baratos no mercado.
O mundo está cheio de vendedores de complexidades. Elementos simples, com sistemas avançados, são fáceis de serem aceitos e implantados nas comunidades.
Na antiguidade, os primeiros construtores amassavam a terra com os pés para preparar tijolos. Hoje existem máquinas de adobe, industriais e manuais, com modelos bem originais. O adobe é uma massa de barro com fibras vegetais usados para moldar tijolos e que são secos na sombra. Maria utilizou areia, cal virgem e terra, e cada tijolo pesa 8 k. Mas pode-se fazer adobes mais leves, colocando dentro deles, materiais reciclados como latinhas, garrafas de vidro, caixas de leite,espigas de milho, etc.
A fórmula da arquiteta para construir é analisar e planejar um desenho de arquitetura sustentável, que tenha durabilidade e qualidade. "Construir é parecido com viajar. Conhecemos o caminho e o destino, mas nunca se sabe se haverá problemas. Por isso podemos demorar mais tempo do que o planejado, a obra pode custar mais caro do que o previsto nos cálculos e, dependendo da região, o mau tempo pode atrasar ainda mais" afirma. A construção da casa dela se fez em 9 meses e os tijolos demoraram mais ou menos 20 dias ficarem prontos.
Como arquiteta, teve poucos ganhos financeiros para construir eco-casas, mas o investimento em cursos é uma satisfação profissional e pessoal. Justifica dizendo que na região de Rio Preto o trabalho com a natureza é pouco reconhecido. “A maioria das pessoas do interior dificilmente aceitam o novo e raramente mudam seus hábitos e culturas, mas não sabem do retorno em ter uma casa ecológica. Não vou forçar, ou persuadir as pessoas a usar técnicas ecológicas porque o conhecimento, o envolvimento e o interesse, partem de cada um. Eu nunca poderia construir uma casa de cimento, estaria completamente fora dos meus princípios. Apesar do trabalho ser lento, o envolvimento durante a construção é muito enriquecedor. A qualidade de vida, o conforto térmico e acústico, além da economia financeira são fatores que mais atraem as pessoas a construir uma eco-casa. A harmonia de um jardim e o aconchego da madeira serve de retiro espiritual para muitas pessoas” diz ela orgulhosa de receber amigos em sua casa.
Além de arquiteta apaixonada, Maria também é assessora. Coordena trabalhos em arte, envolvendo e instruindo construtores da comunidade. Todos os tijolos de adobe foram fabricados no presídio, em Riolândia. Maria tem um ateliê de tapetes dentro do presídio e aproveita a mão de obra dos presidiários na fabricação dos tijolos e dos tapetes. Para ensinar o pedreiro a fabricar esses tijolos de adobe, ela utilizou alguns livros, desenhos e vídeos das técnicas que aprendeu nos cursos. Os cursos no Tibá, por exemplo, Instituto de permacultura e tecnologia intuitiva do Rio de Janeiro, fundado por Joham vam Lengen em 1987, serve para integrar o ser humano à natureza em suas dimensões individuais e coletivas. Seu trabalho se faz através de cursos, oficinas e vivências para disseminar o uso de eco-técnicas em habitação, saúde, agricultura, comunicação e educação.
Para saber sobre referências a grupos de pessoas, redes e comunidades que desenvolvem permacultura no Brasil acesse www.permacultura.org.br.
O permacultor Gernot Minke, considerado um dos maiores especialistas da construção em terra crua, que Maria teve a oportunidade de trabalhar com ele em cursos de permacultura em Gramado. Em Ouro Preto se especializou em técnicas de cúpulas de adobe sem estruturas de apoio, que proporciona uma melhor temperatura interior e podem ser mais econômicos que as edificações com coberturas planas e homogêneas. O barro é material predominante, utilizado em técnicas de adobe, taipa e taipa de pilão. A terra é o material de construção natural mais importante e abundante em todas as regiões do mundo. Segundo Maria, o que dá menos mão de obra é o adobe, mas a manutenção dá trabalho. Já o super adobe não é indicado por ela, pois não tem amarras um a um e pode rachar posteriormente.
Maria faz um estudo do material, desde sua matéria prima até sua comercialização, para que sempre haja uma harmonia com a natureza.
A fiscalização sobre a responsabilidade ambiental do fabricante ao incentivar as pessoas a reaproveitar resíduos utilizados em seu dia a dia é uma imposição que segue os princípios do Selo Verde.
O Selo Verde regulariza e analisa todo o processo de fabricação e utilização do material ecológico, desde a retirada da matéria prima da natureza, até como vai ser empregado na construção. Os postes de madeira, por exemplo, passam por um tratamento que afeta nossa saúde e agride o meio ambiente, mas está sendo reaproveitado, irregularmente, para suporte em edificações de casas ecológicas.

RETRANCA: Além de todos os projetos de Bio arquitetura, arquitetura sustentável, permacultura, tecnologia intuitiva e Selo Verde, Maria está promovendo um evento. A proposta é um Seminário sobre créditos de carbono e carbono neutro. Uma parceria entre a Prefeitura de São José do Rio Preto e a Secretaria de Turismo e Agronegócio da região. Técnicos especializados, do escritório de sustentabilidade de São Paulo e de Brasília se reúnem, dia 8 de maio, em um lugar ainda não especificado, para discutir sobre ecologia e sobre o impacto causado por empresas e países que não respeitam as leis ambientais. Os países mais desenvolvidos podem liberar uma tonelada de dióxido de carbono na atmosfera, determinado pelo protocolo de Kyoto. Como não há uma fiscalização adequada, estes países compram mais cotas de países como o Brasil, que não chegam a atingir essa es s que poluem alantidade determinada de carbono na atmosferasas e pa. quantidade de emissões. Com o carbono neutro, empresas e usinas, que poluem além da cota, plantam árvores para amenizar o impacto causado ao meio ambiente, além de agregar valores em sua publicidade, para obter mais espaço na mídia, aumentando sua credibilidade no mercado e principalmente entre os consumidores, que estão cada vez mais atentos e exigentes. Reunidos na ação em prol da sobrevivência do planeta.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Mercado de trabalho do Jornalismo

O perfil do profissionalismo está mudando e a razão principal é a tecnologia.

A finalização das reportagens, historicamente feita pela dupla editores de texto e imagem, tende a mudar para um profissional que edita o texto e monta a reportagem. A tendência é para que o jornalista tenha cada vez mais autonomia sobre a matéria. A nova plataforma desafia os usuários e exige desenvolvimento de novas habilidades,ou os editores fazem jornalismo ou os jornalistas dominam as técnicas de edição para se manter no mercado.

Daisa Lopes

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Mudança natural de conceito

Com o surgimento dos blogs corporativos e a mídia tradicional utilizando blogs para colunistas conhecidos, os blogs de conteúdo tornam-se cada vez mais fontes de informações confiáveis.